domingo, 25 de novembro de 2007

Sobre como eu quase perdi o show do Ben Jor... DUAS vezes!

Ontem foi o segundo (e último) show do Jorge Ben Jor em São Paulo e eu já tinha me conformado que nós não íamos dessa vez por diversos motivos, entre eles o dinheiro (claro...), que fez com que o tempo fosse passando e nós não comprássemos os ingressos. Ainda tinha os de pista, mas de qualquer maneira resolvemos deixar pra lá...


... até que fatídicamente minha prima me ligou ontem de manhã pra falar de amenidades e acabou comentando que o namorado dela (o Kadu) tinha ganho 2 ingressos da Gol (que presta serviços pra empresa dele - olha que chique) e que eles iam. E veio a pergunta, na lata:


"Vocês vão, né?"


"Putz, Cá, nem compramos os ingressos! Vou ligar pro Daniel (parênteses: o Daniel faz curso de projetista no Senai de Cubatão todos os sábados) e ver com ele se ele tá afim. Se ele tiver, vocês emprestam as suas carteirinhas de estudante? Aí eu corro no postinho de Santo André (um dos postos de vendas da ticketmaster) e compro duas meia-entradas pra nós, pode ser?"


"Claro! Liga pra ele e me liga de volta!"


Milhares de ligações depois e já com as carteirinhas em mãos, eis que eu corro até o posto Gravatinha em S. André:


"Ainda tem ingresso de pista?"


"Tem, sim!"


"Mê vê duas meias, por favor."


"A meia entrada esgotou faz tempo, agora só tem inteira, a 72 reais cada incluindo a taxa de conveniência"


Nada feito. Mais algumas ligações e desmarcamos todo o esquema de nos encontrarmos pra irmos juntos e etc, etc.


Maaaaaaas como a vida é uma caixinha de surpresas, alguns minutos depois a Cá me liga de novo falando que ela e o Kadu tinham desistido de ir e que doavam os ingressos pra nós.


And we´re back in the game!


Resumindo o restante dos acontecimentos, 10 da noite estávamos a caminho do Citibank Hall, felizes da vida. Antes de sairmos eu separei numa carteira pequena o documento do carro, um cartão de banco, o cartão do seguro e minha habilitação e dei pro Daniel guardar no bolso, afinal ninguém merece entrar no show de bolsa. Aliás, a bolsa eu deixaria no porta malas, juntamente com o Ipod dele, já que o carro iria ficar no estacionamento.


Doce ilusão...


No caminho paramos em uma loja de conveniência pra comer um lanche (o Daniel tava irritadíssimo por causa da fome) e seguimos até o local do show, que ficava a 5 minutos do posto. 40 minutos depois e ainda estávamos pela redondeza procurando estacionamento e desviando dos milhares de vendedores de tudo quanto é coisa, dos flanelinhas, dos caras que te direcionam pra outros flanelinhas e dos idiotas que, ao invés de entrar logo na casa de show, ficam bebendo, andando no meio dos carros e entupindo a rua (esses idiotas, diga-se de passagem, são meus preferidos ao lado daqueles que dormem uma semana nas filas. Eles sempre passam mal bem na hora do show e liberam espaço pra quem realmente está interessado em curtir. Mas isso é assunto pra um outro post...). Enfim, vimos apenas dois estacionamentos e pela bagatela de 20 reais (20 REAIS!!!). Um absurdo! Sem contar que você paga e eles param seu carro na rua do mesmo jeito.


"Xuxu, vou parar o carro na rua e levo a minha bolsa, fazer o quê? Ainda bem que é pequenininha."


Depois de rodar como loucos achei uma vaguinha, apertadinha, numa ruazinha escuuuura. Acabei de estacionar, me surge um doido, do nada:


"Madama, são 5 reais."


"Que 5 reais, cê tá louco? Vamo embora, Daniel, vamo pagar o estacionamento e paciência. Daqui a pouco começa o show e nós ainda estamos aqui."


O doido ficou lá xingando, mas até parece que eu ia pagar 5 reais pra ele abandonar meu carro ali depois de meia hora.


Na busca pelo ben(mal)dito estacionamento, encontramos um quase em frente ao Citibank, mas o Daniel desceu do carro e perguntou pro rapaz, que disse que tava fechado. Fechado! Em pleno dia de show! Até que eu achei uma vaga numa ruela ao lado de uma Drogaria São Paulo a 1 quarteirão dali. Super iluminada. "Dan, vou parar lá!"


Estacionei e descemos do carro.


"Lu, você tá com seu documento do carro, né?"


"Não, eu dei pra você guardar!"


"Putz, não tá comigo, não. Acho que eu perdi."


Aí começou o desespero. O Daniel ficou nervosíssimo, revirou o porta luvas, procurou embaixo dos bancos, no porta malas, nos bolsos, na calçada, na minha bolsinha, em tudo quanto é lugar e nada.


"Xuxu, será que você não deixou cair quando desceu do carro pra perguntar sobre o estacionamento?"


"Putz, não sei. Vamo até lá, vai."


E toca eu de volta pra rua do Citibank, com o Daniel alucinado se xingando, e eu só pensando no trabalho que daria cancelar o cartão do banco, tirar outro documento pro carro e etc.


Paramos lá, o Daniel chamou o moço, perguntou, mas ele não tinha visto. Isso já era 11 da noite e o show, se não tinha começado, estava pra começar.


Voltei pra vaguinha da Drogaria São Paulo e reviramos o carro de novo. Liguei pro Kadu pra ver se não tinha ficado na casa dele e ele disse que não.


"Lu, vamo embora, eu já perdi a vontade de ir nesse show. Que merda, vamo embora. Aí a gente passa lá na loja de conveniência e vê se não caiu lá."


Entramos no carro desconsolados. Pobre é uma merda, mesmo né. Nunca ganha nada, nunca vai de graça em lugar nenhum e quando finalmente os planetas se alinham e acontece uma raridade dessas, alguma coisa sempre dá errado e estraga tudo...


Maaaaaas - novamente a caixinha de surpresas -, quando o Daniel foi colocar o cinto, a carteira estava ali, entre o banco do motorista e do passageiro, bem no encaixe do cinto de segurança!


Puta que pariu, que alívio!


Pegamos minha bolsinha, o Ipod, a carteira, os ingressos, tudo que tínhamos direito e corremos pro abraço. Chegamos na metade da primeira música e ainda conseguimos ficar bem na frente, na lateral do palco. Deu pra ver perfeitamente.


Uma maravilha!

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